Política

OPINIÃO: RC precisa assumir o fim da aliança com Azevêdo e poupar ventríloquos como Gervásio

Jornalista Walter Santos comenta, em seu novo artigo, as falas de Gervásio Maio e o papel de Ricardo Coutinho na crise do PSB.


25/10/2019



Por Walter Santos
Portal WSCOM

 

Resumo da Ópera: Ricardo Coutinho precisa assumir fim da aliança e poupar Gervásio como ventríloquo; o PSB implodiu

 

A entrevista do deputado federal Gervásio Filho (PSB), nesta sexta-feira (25), pontuando queixas de isolamento por não estar sendo procurado pelo governador João Azevêdo (PSB), em Brasília-DF, e da existência de “check list” de aliados do chefe do Poder Executivo para saber quem fica ou sai do PSB, é a fase derradeira de uma novela produzida pelo ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), que, enfim, precisa assumir pessoalmente o rompimento com seu melhor ex-secretário, porque o papel ventríloquo de Maia já não encobre a existência de RC na crise.

 

A esta altura do campeonato é impossível ignorar que os deputados Gervásio Filho, Estela Bezerra e Cida Ramos foram instrumentalizados por Ricardo Coutinho desde as primeiras queixas sem que, por iniciativa própria, fosse a João Azevêdo tratar pessoalmente das insatisfações.

 

Preferiu “outrem”, na velha tática conhecida para criar clima de vitimização, que desta feita não sensibilizou a maioria do partido, pois, conhecendo a fera e suas estratégias, constatou que o estrelismo não se sustentou como forma de repetir o que acontecera na crise com o PT, no início dos anos 2000.

 

A POSIÇÃO DA BANCADA

Gervásio se queixou de não ter sido procurado, mesmo ele sendo ator co-principal da atual crise, mas todos os membros da bancada em suas emendas individuais apontaram recursos para o Estado.


Gervásio não.

 

BOLSONARO É ALICERCE NA CAUSA

Ninguém de bom senso pode ignorar a importância do ex-governador Ricardo Coutinho como gestor de maior saldo administrativo na Paraíba, nem muito menos de sua coerência ideológica de defender Lula e Dilma nos momentos mais importantes do Golpe até hoje, mas daí a tipificar João Azevêdo de adepto do bolsonarismo é absurdo sem sustentação.

 

João Azevêdo tem perfil distinto de Ricardo, mas ao longo de toda sua trajetória, sempre agiu solidário, comprometido e defensor das políticas do PSB, sem nunca se afastar das pautas nacionais e regionais do partido, portanto, os questionamentos levados à crise do rompimento são por outros fatores não confessos.

 

Por ironia do destino, RC, um socialista de alta qualificação, acaba que reproduzindo a mesma lógica política de Bolsonaro quando parte para destruir seu partido, entretanto, focando sua tática querendo dialogar com sua base radical que o sustenta para marcar posição ideológica de 2020 em diante.

 

Vale à pena esse custo?

 

A HORA DE ASSUMIR O FIM

Trocando em miúdos, a entrevista e conteúdo do deputado Gervásio Filho já não surtem mais efeitos porque chegou a hora do personagem criador de todas as reações e conflitos, Ricardo Coutinho, assumir de vez o fim do relacionamento político convivendo com todas as suas consequências.

 

Como se sente um seguidor de D’Artagnan, a partir de agora não pode mais se esconder nas falas dos ventríloquos de plantão, pois sua índole é de quem só sabe viver diante de moinhos de ventos.

 

Chega de terceirizar o inferno que ele resolveu criar para si e todos ao redor!

 

Neste aspecto, muito além de ideologia ou política, a vaidade exacerbada volta e meia acaba criando monstros da implosão de projetos tão fundamentais quanto foi o Coletivo liderado por Ricardo Coutinho.

 

Em síntese, o PSB da Paraíba implodiu. Vem aí uma nova etapa de rearrumação da história política estadual.

 

ÚLTIMA
“Quem planta vento/colhe tempestade”.


LEIA MAIS: OUÇA: Gervásio diz que vê “coisas estranhas” em Azevêdo e acusa equipe do governador sobre “questionamentos” a lideranças em possível rompimento

 



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