Política

VÍDEO: ‘Síria enfrenta uma guerra global tratada como conflito local’, diz Lúcia Issa

"É uma guerra global, com grupos terroristas financiados pelo Ocidente", diz ela, que denuncia a manipulação das narrativas sobre a guerra"


26/03/2018



Em entrevista à TV 247, a jornalista e escritora Lúcia Helena Issa, que atuou como voluntária e correspondente em campos de refugiados sírios, relata o drama da maior catástrofe humanitária desde a Segunda Guerra Mundial: o conflito na Síria, financiado pelas grandes potências, que já matou 450 mil pessoas e deixou 10 milhões de refugiados – quase metade da população. “É uma guerra global, com grupos terroristas financiados pelo Ocidente”, diz ela, que denuncia a manipulação das narrativas sobre a guerra”.

Em seu facebook, ela fez uma relato da entrevista concedida aos jornalista Leonardo Attuch e Igor Fuser:

Durante a minha entrevista televisiva dessa semana contei sobre o que testemunhei na fronteira da Síria, permanecendo ali durante 20 dias e ouvindo centenas de mulheres refugiadas. Contei sobre como os EUA e os sauditas financiaram terroristas ligados a Al Qaeda na Síria para tentar derrubar Bashar Al Assad. Não conseguiram, mas deixaram um rastro de mais de 450.000 mortos, mais de 10 milhões de refugiados internos e externos, mais de 2 milhões de feridos, uma geração de crianças dizimadas, um país destruído. Muitos brasileiros não sabem também que a guerra caminha para o fim nesse momento, com imensas derrotas dos mercenários e dos EUA. Muitos desconhecem também que numa guerra convencional, não teríamos tantos hospitais destruídos e tantas escolas devastadas! Mais de 50 por cento dos hospitais sírios foram destruídos e mais de 43 por cento das escolas foram bombardeadas. A Síria sempre foi um país laico, sem a presença de terrorismo e um dos países melhores para mulheres do Oriente Médio A quem interessa a destruição da Síria? A guerra se tornou um imenso negócio para os americanos que fabricam armas e tanques. Uma das razões dessa guerra é também a questão do gasoduto árabe, que, com a ajuda da Rússia, agora tem uma rota alternativa, passando pelo Irã e não pela Arabia Saudita como queriam os EUA: Meu coração foi devastado por tudo o que testemunhei nos campos de refugiados em que estive e pela imensa dor que testemunhei e senti. Fico triste também ao testemunhar a manipulação das narrativas sobre a guerra. Pesquise, veja a entrevista, assista programas como o Geopolítica, leia fontes alternativas de informação, ajude os refugiados no Brasil…”

Brasil 247



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