Paraíba

UTI neonatal da maternidade de Patos é interditada por falta de remédios e insumos

Hospital Regional Janduhy Carneiro também apresenta sérios problemas, mas terá prazo para regularizar pendências


12/04/2019

Maternidade de Patos

 O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) interditou eticamente os médicos que atuam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e         na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) do Hospital e Maternidade Peregrino Filho, na cidade de Patos, Sertão paraibano, após fiscalização realizada nesta sexta-feira (12). As unidades não contam com materiais básicos para o internamento de crianças, como sonda nasogástrica, álcool 70%, PVPI, tubo endotraqueal, anti convulsivantes, fios, filtros para as incubadoras, dentre outros. Com isso, não têm condições de prestar um atendimento adequado, colocando em risco a vida dos pacientes e o ato médico. A interdição tem início a zero hora deste sábado (13) e os médicos estão impedidos de prestar os seus serviços nessas unidades.

 Além desses problemas, a equipe de fiscalização do CRM-PB encontrou outros problemas já verificados na inspeção realizada no dia 21 de março, como a falta de medicamentos. “Mas desta vez, observamos que houve uma melhora no estoque de medicamentos, apesar de ainda haver algumas faltas”, disse o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa. No final de março, o CRM-PB encontrou o hospital com medicamentos que só dariam para ser usados por mais dois dias. O conselho cobrou providências do Governo do Estado e denunciou a situação ao Ministério Público Estadual e Federal.

 Nesta sexta-feira, o CRM-PB fiscalizou também em Patos, o Hospital Regional Deputado Janduhy Carneiro. De acordo com o diretor de fiscalização, João Alberto Pessoa, o hospital apresenta problemas gravíssimos em sua estrutura física, além da falta de medicamentos e laboratório precário. “O hospital apresenta um clima de guerra em vários setores. No Centro Cirúrgico há péssimas condições, como um esgoto que se abre a cada sete dias para limpeza, infiltrações nas paredes, ar condicionado com vazamento e baldes para conter a água, piso de concreto. São muitos problemas a serem resolvidos”, disse o diretor do CRM-PB.

 A UTI também não presta um atendimento adequado, com a falta de equipamentos, como monitores, por exemplo. Além disso, o hospital sofre com a superlotação. “Realmente, o hospital presta um serviço precário. Mas não temos como interditá-lo por completo, pois ele atende uma grande parte da população do Sertão. Por isso, daremos um prazo de 20 dias (a contar a partir da entrega do relatório do CRM-PB) para que sejam sanadas, pelo menos, os problemas na área física”, explicou João Alberto.

 Ainda em Patos, a equipe de fiscalização do CRM-PB inspecionou também o Hospital Infantil Noaldo Leite, onde não foram encontradas irregularidades que comprometessem o seu funcionamento. “Felizmente, esta unidade hospitalar estava funcionando bem”, afirmou João Alberto. O três hospitais fiscalizados em Patos são estaduais sendo, a maternidade e o Janduhy Carneiro administrados pela Organização Social (OS) Gerir.

               

Fiscalização em Taperoá constata falta de médicos, medicamentos e insumos

 Na tarde desta quinta-feira (11), o CRM-PB fiscalizou também o Hospital Geral de Taperoá e constatou que faltam medicações, insumos, roupa para pacientes e funcionários, além da quantidade escassa de médicos. Diante da gravidade da situação que pode comprometer o atendimento adequado aos pacientes, o CRM-PB deu um prazo de 10 dias para que o Governo do Estado corrija as distorções encontradas, sob risco de interdição ética dos médicos que trabalham no hospital.

 “O hospital está sendo subutilizado, pois tem uma ótima estrutura, centro cirúrgico com capacidade de realizar cirurgias de média complexidade, higiene adequada. No entanto, não há médicos suficientes e os pacientes estão sendo encaminhados para Campina Grande. Além disso, faltam medicamentos essenciais para um tratamento adequado aos pacientes. Fiquei impressionado com o descaso com a população”, destacou o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa.

  O Hospital de Taperoá atende a população de cerca de 17 municípios vizinhos. É um hospital estadual, mas administrado pela Organização Social (OS) Instituto Gerir. Caso haja a interdição ética do CRM-PB, os médicos que atuam no hospital ficam impedidos de prestar seus serviços.

Interdição em Cubati

O CRM-PB interditou eticamente os médicos do Hospital Municipal Maria Lídia Gomes, na cidade de Cubati, a 220km de João Pessoa. A equipe de fiscalização esteve no hospital geral da cidade, na tarde desta quinta-feira (11), e constatou que não havia médicos no local, nem direção técnica.

 De acordo com o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, só havia escala médica para o sábado. “No restante dos dias, o atendimento era feito apenas pela enfermagem. Recebemos denúncia e viemos comprovar que realmente não há médicos. Infelizmente, tivemos que proceder com a interdição ética”, disse João Alberto.

 Dessa forma, a partir da zero hora desta sexta (12), os médicos que atuam no hospital estão interditados eticamente e não poderão prestar seus serviços.

Portal WSCOM



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