UFPB: Excelência acadêmica e acolhimento marcam experiência de estrangeiros


09/06/2019



Atualmente, mais de 200 estudantes e professores de 34 países atuam na unidade de ensino

Internacionalização pode ser considerada uma das palavras mais importantes do momento. Em um mundo cada vez mais globalizado, é impossível permanecer indiferente à necessidade de pensar políticas de internacionalização.

Dentro das universidades, essa tendência não é diferente. Internacionalizar, para estas instituições, significa expandir as fronteiras e compartilhar o tripé ensino, pesquisa e extensão.

Com a criação da Agência de Cooperação Internacional (ACI) neste ano, a UFPB investiu ainda mais na disseminação de conhecimento para as 79 universidades com as quais possui acordos de cooperação.

À medida que estudantes e professores da UFPB vão para o exterior, a universidade paraibana recebe alunos e pesquisadores de todo o mundo. Atualmente, são 130 estudantes estrangeiros cursando alguma graduação graças a programas de mobilidade acadêmica. Eles vêm de 34 países, entre eles Irã, Haiti, Alemanha, Colômbia, Equador, e Inglaterra.

As alunas francesas Emma LeClerre e Aude Robyn, ambas do curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas a Negociações Internacionais, chegaram à João Pessoa na metade do ano passado. “No início, nem todo mundo falava com a gente, mas os professores foram muitos compreensivos. Depois de um churrasco com a turma inteira, eu me senti mais integrada”, comenta Aude.

Emma afirma que a língua não foi uma barreira tão grande, tanto no convívio quanto na academia “As pessoas foram muito receptivas, de verdade. O início foi difícil porque eu cheguei sem saber falar português. Mas eu encontrei pessoas ótimas que agora são meus amigos”.

Independente do quão confortável as estudantes se sintam agora, não conseguem deixar de fazer comparações com as suas vivências na França “As pessoas são mais aconchegantes, dão mais abraços. Na França, nunca”, revela Aude.

“Nunca tive tantos talentos à disposição”

A mobilidade dos docentes acontece de maneira semelhante à dos alunos. Em um período de um ano, a UFPB lançou duas chamadas visando a contratação de professores visitantes.

O primeiro foi no ano passado, realizado pela Pró-reitoria de Pessoas (Progep), que permitiu a chegada de 60 professores visitantes, a maioria de fora do país. Neste semestre, a Progep lançou outra chamada, com a contratação de mais 40 visitantes.

Eugene Muratov ainda não fala muito bem português.  Enquanto aprende os segredos da língua, o ucraniano leciona na Pós-graduação de Produtos Naturais e Sintéticos Bioativos, do Departamento de Química. Muratov veio da University of North Carolina (UNC), em dezembro de 2018.

Ao chegar aqui, o professor se surpreendeu com a excelência das pesquisas realizadas. “O Laboratório de Quimioinformática tem uma ótima estrutura e a presença de bons pesquisadores”.

Muratov ressalta que s sente acolhido tanto pelos colegas da academia quanto pelos alunos, que o ajudam na compreensão da língua portuguesa. “Em algumas aulas, falo inglês, afinal, é a língua da pesquisa. Mas no meu dia-a-dia, em conversas com colegas, pratico o português”, afirma.

Talvez seja por essa recepção acalorada que o professor italiano Marcello Messina ficou tão encantado com a UFPB. Ele está no Brasil desde 2015, por causa de um estágio de pós-doutorado em Música, na Universidade Federal do Acre. Em setembro de 2018, veio lecionar no Departamento de Música da UFPB.

“O corpo docente é muito bom, o pessoal confia nas minhas ideias e estou tendo muitos retornos positivos. Isso é muito bom, porque geralmente você chega num lugar e não pode fazer nada do que estava pensando, porque você é o novato”, comenta o professor.

Já se sentindo em casa, afirma que não foi difícil aprender o português, porque há facilidade de se aproximar e fazer amizade com as pessoas. “Os recursos humanos que temos aqui é fantástico, nunca tive tantos talentos à disposição”, comenta.

Bruna Ferreira | Ascom/UFPB



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