Política

Walter Santos analisa a paranóia da corrupção e o fim da tortura psicológica em torno do ministro Vital


05/11/2018

A espada de Dâmocles, a loucura no Brasil frente a cultura da denúncia de corrupção e o enorme peso extinto dos ombros e cuca de Vital

Jornal Nacional, 5 de Novembro de 2018, 21h02, em menos de 1 minuto a leitura da absolvição: “ o ministro Edson Fachin aceitou a recomendação da Procuradoria-Geral da República e extinguiu o processo contra o ministro do TCU, Vital do Rêgo Filho por falta de provas, logo o inocentando de acusação de recebimento de propina quando senador pela Paraiba”.

Esse enredo lido para todo o mundo quase mata de euforia e liberdade o coração irrequieto do “Carmelengo” e ministro do TCU, Vital do Rego Filho – o primogênito do jurista e orador sem igual campinense, Vital do Rego, pai do também senador recém eleito Veneziano Vital.

O pai Vital sabia porque buscara no Vaticano, no cérebro da Igreja Católica, a imaginação perfeita para tipificar sua cria ao lado da companheira Nilda Gondim Vital – a essência e abrigo genético para três filhos de larga inteligência pois ainda registra a filha/irmã médica.

FIM DA ESPADA CRUEL

Todos lá de Zé Pinheiro, como de sorte no bairro da Torre, conhecem a referência de Dâmocles – um bom vivã dos tempos idos de glória da Grécia que, ao se deparar com poucos minutos de êxtase à frente do reinado, correu rápido se desfazendo do poder ao sentir a aproximação da espada íngreme pronta para lhe degolar.

Este é o sentimento não só de Dâmocles, mas de todos os que convivem com o Poder e sua máxima interferência em tudo porque a espada da cobrança, da inveja e, sobretudo, da injustiça quando se é acusado sem culpa, como bem distante viveu Vital do Rêgo Filho, simboliza a catástrofe.

Não há nenhuma semelhança entre Dâmocles com Vital – este na missão católica de liderar transições e pessoas – mas a sensação de se estar próximo da decapitação moral parece ser valor parecido em vários momentos da vida à fase grega.

OUTRA  ESPADA CAMPINENSE

Recentemente, seu irmão Veneziano Vital sofreu da mesma dor: foi acusado de 28 crimes de malversação por seu adversários e a dados de hoje 27 processos foram arquivados na Justiça por falta de provas.

O MEDO DE SER FELIZ

Gonzaguinha cunhou uma estrofe extraordinária ao dizer na canção: “eu fico com a resposta das crianças/ é a vida/ e é bonita/ e é bonita”.

Longe do refrão, algumas vezes vi Vital do Rêgo com a sensação de tartaruga nos aeroportos e ambientes públicos da vida. Se encolhia a cada momento com medo, vergonha e indignação por tudo o que Fachin acaba de consolidar: ele não era culpado mas sentia-se como tal porque a Grande Mídia pune antes do julgamento e as pessoas engolem as mentiras.

  • Vital, pessoa de dom da inteligência e da comunicação, se escondia dentro de si e da fazenda histórica da família até chegar ao 5 de Novembro de 2018 em plena liberdade, como se fora sua alforria.
  • E AGORA VITAL?

Há muito o que fazer, pensar e agir, mas tudo tem seu tempo devido porque os ciclos se abrem e se fecham, como se fosse a flor matuta do “não me toque”.

Mais do que rezar, agradecer e seguir, ele parte para novo instante no qual o saldo de tudo ensina muito até a força solitária da canção campinense: “eu fui feliz lá no Bodocongó/ no meu Barquinho de um remo só…”.

Hoje sua navegação tem novo timing de muitos remos a dispor para fazer ainda mais pelo Brasil e, em especial, a Paraiba.

O Carmelengo tem tudo para ir muito mais longe.



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