Paraíba

Sindicado luta contra privatização da água na Paraíba


21/03/2013



Amanhã, Dia Mundial da Àgua, sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais e populares diretamente vinculados à luta pela preservação do produto, no âmbito do estado da Paraíba – e a partir da cidade de João Pessoa -, estarão promovendo atos e ações que efetivamente conscientizem a população, não apenas da necessidade de utilizá-lo de forma racional, mas de levá-la a resistir a todas as ameaças intentadas por correntes políticas neoliberais que insistem – segundo entendem os representantes de todos esses setores – em restringir o acesso de grande parcela da sociedade ao chamado ‘líquido precioso’.

Um, dentre esses representantes, é o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Esgotos do Estado da Paraíba (Stipdase-PB), José Reno de Sousa, entrevê riscos muito sérios de privatização do produto em projetos neoliberais levados a cabo por segmentos da política e do capital privado.

A campanha é liderada, na Paraíba, pelo Stipdase-PB, e conta com efetivo apoio da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e da filial da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e também reprova, contundentemente, a celebração das Parcerias Público-Privadas (PPP’s) no setor de saneamento básico. “Milhões de pessoas, em todo o mundo, não vêm tendo acesso à água potável, e sua escassez é cada vez mais crescente, segundo dados fornecidos pela ONU”, acentua Reno, também aferindo que 40% dos habitantes do planeta não contam com serviços de saneamento básico.

Salienta Reno, autorizado por estatísticas da ONU, que, até 2025, se os atuais padrões de consumo da água assim se mantiverem, duas em cada três pessoas, no mundo, vão sofrer escassez moderada e/ou grave do produto.

“Qualquer gota que pudermos economizar, doravante, sobretudo em razão das longas estiagens que estamos enfrentando, no Semi-Árido nordestino, poderá muito representar para o bem-estar de todos nós, que também rechaçamos as manipulações com que andam querendo privatizar os serviços de saneamento, em todo o País, sob o falso pretexto de otimizar a forma de atendimento à população”, enfatiza o sindicalista, afirmando que a Cagepa, dentre todas as demais congêneres no País (que atendem a cerca de 80% da população brasileira), poder ser considerada como uma operadora de muita força e eficiência em matéria de saneamento público-estatal.

Para ele, água e saneamento são direitos universais, e não mais podem virar simples objeto de exploração comercial.”Vimos e assistimos a muitas guerras por causa do petróleo, porque poucos países têm essa fonte de riqueza, e esses, tem poderes políticos e financeiros sobre outros; então, imaginem se entregarmos nossa água a um grupo econômico? Em um futuro não muito distante, quem tiver o poder sobre a água, terá o poder sobre a humanidade, e isso seria uma forma de alienação do povo, pois não vivemos sem água. Por isso, defendemos que a água seja pública, estatal, por que ela ficará na mão do povo”, questiona José Reno de Sousa.



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