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Salão de Artesanato traz arte em retalhos e escama de peixe

Arte


11/01/2013



A arte de unir pedaços de tecido, através da técnica do patchwork, e de reutilizar escamas de peixe que antes iam para o lixo, chamam atenção dos visitantes do 17º Salão de Artesanato Paraibano, que está funcionando no Jangada Clube, na praia do Cabo Branco, em João Pessoa.

Nesta edição, que traz como tema o “Imaginário Infantil”, além dos brinquedos artesanais, o salão abre espaço para as diversas tipologias de arte produzidas por mais de 700 artesãos de 128 municípios paraibanos.

A antiga maneira de unir retalhos de tecidos pelas avós para formar colchas transformou-se em patchwork com novas técnicas que “descomplicaram” a costura e passou a ser utilizada até como terapia. Foi o que aconteceu com a artesã Nora Figueiredo que, por indicação médica, afastou-se do trabalho de secretaria executiva para praticar uma terapia quando conheceu o patchwork. O entretenimento transformou-se em trabalho e há 16 anos ela tem repassado a técnica como forma de ofício e terapia no seu ateliê, em João Pessoa, a mais de 100 alunas.

“Através dos retalhos conseguimos transmitir histórias de vida, sentimentos e gostos. As peças são bonitas, além de serem exclusivas com cores mais fortes que remetem ao Nordeste brasileiro”, disse a artesã.

A variedade entre bolsas, mantas, passadeiras, enxovais de bebê, agendas personalizadas, bichos de estimação, peças decorativas e utilitárias feitas em máquinas e acabadas à mão chamam a atenção dos visitantes que também realizam encomendas.

“Há três anos, participo do Salão e graças ao reconhecimento da minha arte hoje meu trabalho proporciona condições de sustentar minha família”, destacou a artesã que aliou à técnica do patchwork a graduação em Psicologia e a Pós-Graduação em Arte Terapia.

Escamas – Outro estande que tem atraído a atenção dos visitantes é o das artesãs de Cabedelo que trabalham com o reaproveitamento das escamas de peixes. São colares, brincos, anéis, tiaras, quadros, objetos de decoração e os mais variados tipos de flores como copo de leite e cravo tudo confeccionados com escamas aliados ao suporte do vime, palito de coqueiro e pau de gaiola.

“Antes, tudo era jogado fora no mercado, mas agora tudo virou arte quando utilizamos as escamas do peixe camurupim, pescada, cioba e até mesmo o couro da tilápia”, relatou a artesã Luzinete Sabino que é esposa de pescador do município de Cabedelo.

Através da Associação Fórum de Cabedelo, cerca de onze artesãs se reúnem diariamente para produzir utilizando, além das escamas de peixe, produtos naturais para o tingimento, tais como: a beterraba, cenoura, casca de cebola, café e até o caldo do feijão preto.

De acordo com a artesã, as etapas para a produção obedecem a um tempo criterioso para que a durabilidade dos produtos seja vitalícia. “O processo é garantido porque assim que as escamas chegam do mercado elas passam três dias no cloro, depois são lavadas com alvejante para a retirada do odor. Por último, cada artesã modela as escamas a sua maneira e criatividade”, finaliza.

Serviço – O salão teve um prazo estendido e fica aberto ao público até o dia 27 deste mês, de segunda a sexta-feira, das 15h às 22h, e nos sábados e domingos das 15h até às 23h. A feira é aberta ao público e a entrada é franca. O evento é uma realização do Programa de Artesanato da Paraíba, coordenado pela primeira-dama Pâmela Bório, vinculado à Secretaria de Estado do Turismo e do Desenvolvimento Econômico (Setde).

 



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