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Preso, Geddel é levado para Brasília


08/09/2017



O ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) deixou o Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, no início da tarde desta sexta-feira (8). A aeronave decolou da capital baiana, por volta das 13h20, com destino a Brasília. A ação foi comandada pela Polícia Federal (PF), que usou um jatinho no transporte.

Geddel foi preso preventivamente (sem prazo determinado) no início da manhã desta sexta, por volta das 7h. A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal.

O pedido de prisão foi apresentado pela PF e, posteriormente, acabou endossado pelo Ministério Público Federal (MPF). O argumento dos investigadores para solicitar que o ex-ministro retorne para a cadeia é o eventual risco de "destruição de elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos".

Além disso, o juiz que pediu a prisão disse em documento que o exame pericial feito no valor encontrado em um bunker em Salvador, mais de R$ 51 milhões, identificou fragmentos de impressões digitais do ex-ministro.

Geddel, que já cumpria prisão domiciliar, foi preso três dias após a PF ter encontrado um valor milionário em um imóvel supostamente utilizado pelo peemedebista.

Em nota, o advogado Gamil Föppel, responsável pela defesa de Geddel, afirmou que só vai se manifestar "quando, finalmente, lhe for franqueado acesso aos autos, especialmente aos documentos que são mencionados no decreto prisional".

"Pesa dizer que o direito de defesa e, especialmente, as prerrogativas da advocacia, conferidas por lei, sejam tão reiteradamente desrespeitadas, impedindo-se o acesso a elementos de prova, já documentados nos autos", escreveu o defensor no comunicado.
PF fez buscas em endereço de Salvador que seria, supostamente, utilizado por Geddel Vieira Lima como “bunker” para guardar dinheiro em espécie (Foto:

Prisão

A prisão de Geddel, na manhã desta sexta-feira, foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, em uma nova fase da Operação Cui Bono, que investiga fraudes na Caixa Econômica Federal. No governo Dilma Rousseff, Geddel ocupou a Vice-Presidência de Pessoa Jurídica do banco público, indicado pelo PMDB.

Sete agentes e dois carros da PF entraram no condomínio em que Geddel mora com a família, em Salvador, às 6h. Um vendedor ambulante, que estava na região, foi levado para dentro do condomínio, possivelmente para servir de testemunha.

Geddel deixou o prédio pouco depois das 7h, no banco de trás de uma viatura da PF. Cerca de meia hora depois, o comboio policial chegou ao aeroporto Luiz Eduardo Magalhães. O ex-ministro será conduzido para Brasília (veja no vídeo acima o momento em que Geddel deixa o prédio).

As investigações da Cui Bono apontam que o peemedebista, valendo-se de seu cargo na Caixa, "agia internamente, de forma orquestrada", para beneficiar empresas com liberações de créditos dentro de sua diretoria e fornecia informações privilegiadas para os outros integrantes "da quadrilha que integrava", entre eles o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

A assessoria do MPF informou ainda que a nova fase da Cui Bono busca apreender provas de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Além de Geddel, a PF também prendeu o diretor-geral da Defesa Civil de Salvador, Gustavo Ferraz – que, segundo as investigações, é ligado ao ex-ministro. Investigadores dizem que Gustavo Ferraz já foi indicado por Geddel para buscar, em 2012, valores ilícitos remetidos por Altair Alves, emissário de Eduardo Cunha.

O juiz federal de Brasília também expediu outros três mandados de busca e apreensão, todos na capital baiana. A Justiça autorizou as buscas alegando que a PF suspeita que ainda exista mais dinheiro de origem ilícita escondido pelo ex-ministro.

Os mandados de busca foram cumpridos no apartamento de Geddel e também nas residências de Gustavo Ferraz e da mãe dele.

O G1 também tentou ligar para o celular de Gustavo Ferraz, mas estava desligado. A assessoria da prefeitura de Salvador não se manifestou sobre a prisão do diretor da Defesa Civil.
 



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