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PF apreende dinheiro, perfumes e relógios na nova fase da Lava Jato

Escândalo


06/02/2015

{arquivo}Ao cumprir nesta quinta-feira (5) mandados judiciais da nona fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal (PF) apreendeu diversos relógios, perfumes e dinheiro vivo – incluindo reais, euros e dólares – na sede da empresa Arxo, em Itajaí (SC), uma fornecedora da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A previsão é que o balanço para contabilizar o valor apreendido seja concluído na sexta-feira.

Os objetos de valor foram encontrados pelos policiais policiais no fundo falso de um armário (veja vídeo ao lado). A Arxo fabrica tanques para postos de combustíveis, caminhões tanques, vaso de pressão, entre outros equipamentos, para a indústria de óleo e gás. A empresa, suspeita de estar envolvida em esquema de pagamento de propina, teve um sócio e um diretor presos.

Em nota divulgada à imprensa, a Arxo afirma que o dinheiro encontrado no cofre da empresa seria utilizado em "pagamentos da empresa”. O procurador jurídico da companhia, Charles Zimmermann, disse no comunicado que todos os valores foram “contabilizados”.

“Havendo indícios de fraude, o que não é o caso da Arxo, que está tudo contabilizado, é apurado o tipo de crime praticado”, destacou Zimmermann na nota.

O procurador jurídico ressaltou que a empresa tem intenção de contribuir com as autoridades e prestar “qualquer esclarecimento necessário”.

No total, foram expedidos 40 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária, um de prisão preventiva e 18 de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois é liberada) em quatro estados (Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e Bahia). Até o fim da tarde desta quinta, somente dois dos quatro mandados de prisão haviam sido cumpridos.

Uma das pessoas que foram levadas para prestar depoimento aos delegados federais foi o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Apontado como operador do partido no esquema de corrupção instalado na Petrobras, Vaccari foi chamado para esclarecer doações feitas à legenda. Ele foi liberado em seguida. A polícia também realizou busca e apreensão na casa do petista, na capital paulista.

A nova fase da operação se destina a colher provas sobre a participação de 11 operadores em um esquema ligado à diretoria de Serviços da Petrobras envolvendo pagamento de propina e lavagem de dinheiro na estatal. O esquema investigado teria atuado até 2014.

A operação foi batizada de "My Way" (meu jeito), em referência ao ex-diretor da área de Serviços Renato Duque. Segundo Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e um dos delatores do esquema, Duque era conhecido dessa forma.



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