Artes

Opinião: Espaço urbano de João Pessoa como ambiente para expressão artística


29/11/2018



Em artigo enviado ao Portal WSCOM, o procurador Federal Omar Bradley expressa a sua opinião sobre a arte do grafite. Ele sugere a criação de espaços urbanos para divulgação do trabalho dos artistas da área na Orla e em ruas e avenidas de João Pessoa.

 

Confira o artigo na íntegra:

 

Novos Movimentos e Espaços para a Arte Urbana em João Pessoa

Omar Bradley

 

Arte Urbana, também conhecida como Arte de Rua (Street Art, em inglês), é a expressão que se refere a manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público das ruas, praças, paredes e muros das cidades. Ela se revela mais comumente através do grafite e de performances individuais de músicos.

 

O grafite é uma pintura feita com tinta spray ou de latas e difere-se da pichação. Esta advém da escrita, e não é considerada arte, mas sim uma abjeta sujeira e até crime em algumas situações, enquanto que o grafite está relacionado à estética, ao que é bonito e ao que agrada aos olhos do expectador. Já as performances individuais ou em grupo consistem no desempenho, apresentação ou exibição de ações ao vivo relacionadas sobretudo à música, teatro e dança.

 

Essas manifestações interessam a estas linhas devido a João Pessoa ser reconhecida nacionalmente por ter excepcionais desenhistas e grafiteiros. Embora as performances de artistas de rua em nossa capital sejam raras, o fato é que há grande número de anônimos com enorme talento que precisam apenas de espaço público para mostrar seu valor, pois movimentos conjuntos e compartilhados de artistas mostram-se atualmente mais viáveis de obterem sucesso. Portanto, proponho que façamos algumas ações para aproveitarmos tal fortuna.

 

Creio, por exemplo, que as avenidas das orlas de Cabo Branco e Tambaú, algumas ruas do Centro Histórico e a Praça da Paz, no Bancários, poderiam ser fechadas para o trânsito de automóveis durante uma parte dos dias de sábado ou domingo, ou a Prefeitura autorizar o seu uso de modo a abrir a possibilidade de os artistas se apresentarem coletivamente. Esse tipo de movimento traz outra vantagem: fomenta o surgimento de novos artistas e a formação de público cultural.

 

Experiência semelhante já deu certo em várias cidades, a exemplo de São Paulo, cuja Prefeitura fechou a Avenida Paulista para o tráfego de automóveis aos domingos. Como resultado disso, milhares de pessoas se deslocam para, entre outros prazeres, lá assistirem às centenas de artistas que compartilham suas obras e apresentam seus trabalhos na calçada ou no asfalto da famosa artéria paulistana, em cuja paisagem se destaca, na enorme fachada de um edifício, a marcante efígie de Oscar Niemeyer, obra em grafite do hoje mundialmente famoso pintor Eduardo Kobra, que começou sua carreira exatamente assim: como um anônimo artista de rua.

 

Omar Bradley é Procurador Federal
obradley@uol.com.br
@omarbradley1



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