08/06/2006
Morte de Zarqawi não deve
Líderes mundiais e especialistas em terrorismo disseram nesta quinta-feira que a morte de Abu Musab al-Zarqawi é um golpe para a Al-Qaeda, mas alertaram que sua rede de insurgentes deve continuar a campanha de terror no Iraque.
Para o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, a morte de Zarqawi foi um golpe contra a Al-Qaeda, mas ele disse que não se deve ter ilusões. “Sabemos que ela (Al-Qaeda) vai continuar a matar e que há muitos obstáculos para superar.”
O presidente americano, George W. Bush, disse que morte foi “um enorme e significativo desenvolvimento” no Iraque.
“Zarqawi pessoalmente decapitou reféns americanos e outros civis no Iraque e foi quem planejou a destruição da sede da ONU em Bagdá. Ele foi responsável pelo assassinato de um diplomata americano na Jordânia e o bombardeio de um hotel em Amã”, disse Bush.
Bush disse que “em todas as suas ações Zarqawi buscou a derrota americana e dos parceiros da coalisão para transformar o Iraque em um porto seguro em que a Al-Qaeda pudesse lançar sua guerra contra as nações livres. Para alcançar seus objetivos, ele trabalhou para dividir os iraquianos e fomentar a guerra civil”.
Paul Bigley, o irmão de Kenneth Bigley, que foi seqüestrado em setembro de 2004 e decapitado, disse que acredita que o líder da Al-Qaeda estava por trás da morte de seu irmão.
“Meus primeiros pensamentos são de que o mundo se livrou de uma pessoa do mau, se é que ele era uma pessoa. Espero que peguem os outros logo”, disse Bigley à agência Associated Press.
Especialistas em terrorismo, como Michael Clarke, professor de Estudos de Defesa no King’s College de Londres, disse que a perda da visão estratégica de Zarqawi é ainda mais significativa do que se Bin Laden tivesse sido eliminado.
“Ele não está inspirando (seus seguidores) com muita estratégia”, disse Clarke sobre Bin Laden.
” Zarqawi era um piloto operacional. Ele liderava na linha de frente, tanto em termos de bravura como de crueldade.”