Cinema

Longa paraibano Bat-Guano apresenta Batman e Robin gays e decadentes

Sétima arte


02/04/2014



O filme Bat-Guano, do diretor Tavinho Teixeira, será exibido ao público paraibano no dia 12 de abril, a partir das 20h45, no Festival Cineport. O longa foi realizado ao longo de doze dias todo dentro de um galpão em Mamanguape e custou cerca de R$ 100 mil, onde metade foi conseguida através de editais da Prefeitura Municipal de João Pessoa e do Governo do Estado da Paraíba, e a outra metade através de empréstimo feito pelo próprio diretor. No longa, Tavinho Teixeira é Robin, e o consagrado ator paraibano, Everaldo Pontes, é Batman.

Segundo o diretor, o filme surgiu primeiro como texto para teatro há mais ou menos um década, mas ficou engavetado e só agora foi produzido.

Bat-Guano é provocativo já no próprio título. Guano significa esterco, cocô de morcego e a história gira em torno de um Batman e Robin decadentes, diante de uma peste provocada pelo cocô de morcego. Os dois super-heróis envelhecidos esperam o leilão de um braço amputado de Batman e sonham mudar de vida.

A história é situada em um tempo futuro e sombrio, 2033, onde Batman e Robin são apresentados como um casal gay. A dupla mora em um trailer longe de tudo, passam todo o tempo vendo TV ou perambulando de carro pelas redondezas de uma cidade imaginária atrás de michês, enquanto esperam o resultado do leilão.

Teixeira explica que o filme investe no tragicômico. “É um filme melancólico. Interessante a gente trabalhar com esse imaginário coletivo e trazer os super-heróis para torná-los humanos à espera da morte e tentando atualizar a vida”, filosofa.

O diretor conta que o filme é inspirado na série de TV dos anos 60 que tinha um tom forte de humor e um visual considerado kitsch.

O filme é dedicado ao cantor Ney Matogrosso que recebe até uma citação numa cena em que Robin o dubla cantando. “É dedicado a ele por todos os fatores. Além dele ser amigo, ele é inspiração para o filme” explica.
O diretor, que está apresentando o filme no Festival de Tiradentes, em Minas Gerais, conta que a recepção está ótima e o longa tem levantado questões atuais, como a decadência e a desintegração do estado atual das coisas, num mundo “pós indústria cultural”.



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