Futebol

Juíza determina quebra de sigilo bancário do goleiro Bruno, diz TJMG

Caso Eliza


15/01/2013

 A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do I do Tribunal de Júri de Contagem, determinou a quebra do sigilo bancário do goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, que vai a júri popular pela morte da ex-namorada Eliza Samudio. A informação foi divulgada nesta terça-feira (15) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O tribunal não informou a data da decisão e o período das contas que serão analisadas.

Em novembro do ano passado, o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro adiantou que pediria a quebra de sigilo bancário de Bruno. Em entrevista ao G1, disse que o objetivo é tentar comprovar o saque de dinheiro para pagar a execução de Eliza. À epoca, Castro declarou que pretendia denunciar mais uma pessoa pelo crime, um ex-policial chamado José Lauriano de Assis Filho, de apelido Zezé. Para o promotor, Zezé tem envolvimento na morte da ex-namorada do goleiro.

O advogado Lúcio Adolfo Silva, que defende o goleiro, disse que não foi informado pela Justiça sobre a quebra do sigilo. Segundo ele, a fase atual do processo não permite a inclusão de provas. "Do ponto de vista do processo, não é momento para isso. Não se pode juntar uma prova sem conhecimento da defesa e da acusação", afirmou.

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues e o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro não foram encontrados para comentar a decisão nesta terça-feira (15).

Outra decisão relativa ao processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samúdio pode ser dada nesta quarta-feira (16), quando será julgado o recurso que pede a anulação do júri realizado em novembro. Este será o julgamento colegiado e definitivo na segunda instância. Depois de abandonarem a sessão do júri do caso Eliza Samudio, advogados de Bola entraram com um habeas corpus na Justiça em 23 de novembro pedindo o cancelamento de todos os atos praticados na ausência deles.

Outros dois recursos estão pendentes de análise no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. A advogada de Fernanda Gomes de Castro, Carla Silene, entrou com recurso contra a condenação da sua cliente no processo de morte e desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno. Já o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro entrou com uma apelação na Justiça questionando a falta de clareza quanto ao regime estabelecido na sentença para Fernanda.

Advogados multados
Nesta sexta-feira (11), a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues aceitou o retorno de dois advogados de Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, ao júri do caso Eliza Samudio. O réu é acusado do homicídio da ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes e de ocultação de cadáver. Os defensores Ércio Quaresma e Fernando Magalhães protocolaram petição com o pedido no dia 3 de dezembro. A juíza manteve multa no valor de 30 salários mínimos para cada pelo fato de terem abandonado o julgamento em novembro do ano passado, de acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A multa também deve ser paga pelo advogado Zanone de Oliveira Júnior, que, segundo a Justiça mineira, não manifestou interesse em retornar ao caso.

Júri
Em 23 de novembro, o júri popular do caso Eliza Samudio condenou os réus Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno, pelo envolvimento na morte ex-amante do jogador, em crime ocorrido em 2010. Conforme sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, Macarrão foi considerado culpado pelos crimes de homicídio e sequestro e cárcere privado. Fernanda foi condenada por sequestro e cárcere privado.

O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda. O jogador Bruno Fernandes de Souza, que era titular do Flamengo, é acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia. Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa.

O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).

Além dos três réus que tiveram o júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.



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