Política

Globo reage a ataque de Bolsonaro: “não fez patifaria nem canalhice”


30/10/2019



Brasil 247 

A Globo divulgou uma nota rebatando as ofensas de Jair Bolsonaro, que, live, acusou a emissora de com “patifaria” e “canalhice”. De acordo com matéria do Jornal Nacional, o porteiro do condomínio onde mora o ocupante do Planalto disse ter ligado diretamente para a casa dele em 14 de março, dia do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL). Também afirmou que o próprio Bolsonaro atendeu ao telefone – neste dia, ele estava em Brasília (DF). Na época, ele era deputado federal. 

Leia mais: Bolsonaro aciona Moro para refazer depoimento de porteiro que revelou ligação com morte de Marielle

“A Globo não fez patifaria nem canalhice. Fez, como sempre, jornalismo com seriedade e responsabilidade. Revelou a existência do depoimento do porteiro e das afirmações que ele fez. Mas ressaltou, com ênfase e por apuração própria, que as informações do porteiro se chocavam com um fato: a presença do então deputado Jair Bolsonaro em Brasília, naquele dia, com dois registros na lista de presença em votações”, diz a nota da emissora lida pela jornalista Renata Lo Prete.

Segundo o texto, “o depoimento do porteiro, com ou sem contradição, é importante, porque diz respeito a um fato que ocorreu com um dos principais acusados, no dia do crime. Além disso, a mera citação do nome do presidente leva o Supremo Tribunal Federal a analisar a situação”.

“A Globo lamenta que o presidente revele não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão o público brasileiro. Sobre a afirmação de que, em 2022, não perseguirá a Globo, mas só renovará a sua concessão se o processo estiver, nas palavras dele, enxuto, a Globo afirma que não poderia esperar dele outra atitude. Há 54 anos, a emissora jamais deixou de cumprir as suas obrigações”.

Na live, Bolsonaro criticou a emissora. “Isso é uma patifaria, TV Globo! TV Globo, isso é uma patifaria!” “É uma canalhice o que vocês fazem. uma ca-na-lhi-ce, TV Globo. Uma canalhice fazer uma matéria dessas em um horário nobre, colocando sob suspeição que eu poderia ter participado da execução da Marielle Franco, do PSOL”, disse.

“Temos uma conversa em 2022. Eu tenho que estar morto até lá. Porque o processo de renovação da concessão não vai ser perseguição, nem pra vocês nem para TV ou rádio nenhuma, mas o processo tem que estar enxuto, tem que estar legal. Não vai ter jeitinho pra vocês nem pra ninguém”.



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