Cinema

Filme sobre os 60 anos do Jornal Correio resgata história, mas já provoca polêmi

60 ANOS DO JORNAL


31/10/2013

A sociedade paraibana vive desde a última quarta-feira os efeitos do lançamento do filme sobre os “60 anos do Jornal Correio” expondo depoimentos que sinalizam desde a concepção até a criação do veiculo impresso pelo empresário Teotonio Neto passando por fases de dificuldades financeiras redundando no repasse para os empresários Paulo Brandão e Roberto Cavalcanti até chegar à morte de Brandão por policiais militares do Estado até alcançar a liderança no mercado estadual. Alguns intelectuais que já tiveram acesso ao filme consideram que ele omite muitos personagens e outros valores importantes.

No filme dirigido pelo cineasta e professor universitário Lúcio Villar, o roteiro do filme expõe desde os primeiros relatos do empresário Teotonio Neto quando resolveu, no Rio de Janeiro, chamar o jornalista Ascendino Leite, então diretor da Folha de São Paulo, em 1953, para construir com ele o jornal tendo como primeiro diretor, professor Afonso Pereira, cujo titulo “Correio da Paraiba” foi uma sugestão de Ascendino.

Além de mostrar fotos dos primeiros exemplares, o documentário revela depoimentos de importantes jornalistas que estiveram atuando no jornal antes do repasse acionário para Paulo Brandão e Roberto Cavalcanti no inicio dos anos 80 quando o veiculo em crise financeira esteve para fechar. Antes, o então governador Tarcisio Burity ligou para Teotonio apresentando os empresários recifenses como aptos para comandar o jornal, que foi tentado ser adquirido pelo jornalista Jorio Machado, mas o empresário e deputado federal não aceitou.

O documento expõe ainda depoimentos do economista Adalberto Barreto, responsável pela estruturação entre Redação – Marketing – comercial, dos jornalistas Gonzaga Rodrigues, João Manoel de Carvalho, Biu Ramos, Nonato Guedes, Bosco Gaspar, Agnaldo Almeida, Rubens Nobrega, Lena Guimaraes, Walter Galvão, Walter Santos e Geovani Meireles, além do superintendente Alexandre Jubert narrando vários momentos do jornal.

Um dos pontos altos do documentário se dá na cobertura da morte de Paulo Brandão por policiais ligados à Casa Militar do Governo do Estado na gestão do ex-governador Wilson Braga ainda relatando as implicações e resistência até a conclusão pela Policia Federal constatada posteriormente de autoria do bárbaro crime a partir do Governo.

Nas fases seguintes, incluindo fatos importantes como a morte do ex-governador Antonio Mariz as narrativas se voltam para o processo de expansão do jornal superando em tiragem o Jornal O NORTE e modernização de seu parque gráfico e ousadia na linha editorial.

O empresário Roberto Cavalcanti diz no depoimento que sempre foi motivado à superação das dificuldades e que se sente reconhecido pelos estágios de crescimento do grupo, a partir do jornal, mas não perdoa os matadores de Paulo Brandão. “Usando um ditado judeu, se não me engano, não dá para perdoar, não”.

REPERCUSSÃO – Intelectuais como Willis Leal dizem que o documentário traz uma leitura da empresa sobre sua historia de forma importante, entretanto, consideram que muitos fatos, personagens e valores foram ignorados mesmo tendo relevância.

 

 



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