Saúde

Falta de protocolo para tratar viciados dificulta combate ao crack no país


04/01/2013



 A inexistência de um modelo de procedimentos a ser adotado no tratamento dos usuários de crack dificulta a recuperação de dependentes da droga no país. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), a falta de padrão no atendimento facilita as recaídas e colabora para que um terço dos consumidores morra em decorrência do vício. Para Henrique Batista, diretor do conselho, é preciso montar "uma rede que seja integrada para, em conjunto, dimensionar e combater o problema de forma objetiva".

"Há várias ações dos estados, dos municípios e da União, mas essas ações ainda não são harmônicas. Não há uma coordenação. Vivemos em uma federação, e cada estado tem suas gestões e políticas de saúde próprias. E isso dificulta o combate", afirma Batista.

Em agosto de 2011, na tentativa de estabelecer normas para tratamento, o Conselho Federal de Medicina apresentou o documento chamado "Diretrizes Gerais Médicas para Assistência Integral ao Usuário do Crack", em que preconiza que o período de internação para "limpeza" do organismo deve durar, no mínimo, de 7 a 14 dias. O texto aponta indícios que devem ser investigados pela equipe médica ao ter contato com o paciente e quais remédios devem ser usados para inibir a vontade de consumir a droga.

A diretriz mostra também a necessidade de um tratamento multidisciplinar, cuidando tanto da parte física quanto das questões psicológicas e de sociabilidade do dependente, na tentativa de prevenir recaídas. O conselho alerta para que os médicos verifiquem outras doenças que possam estar associadas ao uso do crack e orientem o dependente químico da necessidade de conversar em grupos sobre o problema.

Segundo Henrique Batista, a ideia da cartilha é alertar a classe médica sobre o diagnóstico e a importância de uma abordagem que abranja também a família do viciado. "Basicamente a dependência química é um problema médico, mas não existe drogas específicas para tratar o dependente, drogas que tenham comprovação científica e sejam capazes de curar a dependência do crack".

As dificuldades em tratar dependentes de crack, no entanto, não são exclusividade do Brasil. "No mundo inteiro não há protocolo de tratamento para o crack. Nos Estados Unidos os usuários são penalizados. Quando flagrados com a droga, podem optar por serem presos ou internados para tratamento. Aqui no Brasil isso não daria certo. Primeiro, porque não teremos carceragens para isso e nem mesmo clínicas capacitadas para tratá-los", disse Joaquim Melo, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).

Em entrevista ao G1 no final de 2012, o professor de psiquiatria da Universidade Baylor de Medicina, Thomas Kosten, disse que uma vacina contra o vício em cocaína deve estar pronta para ser usada em hospitais dos Estados Unidos em até três anos. O tratamento tem função terapêutica e não "previne" o vício, mas fortalece o sistema imunológico do dependente e ajuda a combater o uso da droga. O tratamento, que exigirá cinco rodadas de injeções ao longo de 12 semanas, para que sejam produzidos anticorpos em nível adequado, também vai servir para tratar os dependentes de crack.

Sem definição sobre a maneira mais eficiente de prevenir, recolher, entrevistar e tratar quem usa crack, clínicas particulares e unidades estaduais e municipais adotam normas diferentes de atuação. Também não há banco de dados dos pacientes, com informações interligadas pelo Ministério da Saúde, impossibilitando que médicos conheçam histórico de tratamento e medicamentos usados pelos dependentes com mais de uma internação, por exemplo.

Algumas clínicas apostam na religiosidade ou em doutrinas que buscam inibir o consumo de álcool ou tabaco para convencer o dependente da cura. Outras preveem rotinas de atividades físicas e escolares, horários regrados e alimentação controlada, além do uso de medicação e acompanhamento psicológico.

O valor investido para cuidar dos dependentes também varia: enquanto clínicas particulares chegam a cobrar até R$ 20 mil por cinco meses, clínicas conveniadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) recebem do governo R$ 900 mensais para uma internação básica.

Avaliação clínica
Tanto nas clínicas públicas – conveniadas ao SUS ou que recebem dinheiro de prefeituras ou do governo federal – como em centros privados, o paciente usuário de crack é submetido a uma avaliação clínica e psiquiátrica logo no início da internação.

O objetivo do procedimento é fazer um diagnóstico das causas que levaram ao uso do crack e outros problemas relacionados, como doenças pulmonares, depressão ou queimaduras. "Já faz tempo que o cérebro de um dependente químico não funciona de maneira adequada. Muitas vezes é necessária uma medicação para estabilizar a situação e acalmá-lo", diz Cláudia de Oliveira Soares, diretora da Clínica Viva, uma das maiores do país no tratamento de dependentes químicos.

Os fatores que levam os usuários de crack a retornar à droga são chamados de "gatilhos": cheiros, lugares, pessoas, qualquer coisa que desperte a vontade de usar a droga. O objetivo dos psicólogos é identificar esses pontos e fazer com que o paciente aprenda a lidar com eles. "Muitos chegam aqui acreditando que é impossível. Nossa missão é mostrar pra eles que é possível ter esperança", diz a psicóloga.

O diferencial entre o tratamento em clínicas pública e privadas consiste basicamente na qualidade e formação dos profissionais envolvidos, nas atividades disponíveis para que o dependente ocupe seu tempo e nos medicamentos utilizados para saciar a vontade de usar a droga, segundo especialistas ouvidos pelo G1.

‘País demorou a reagir’
"O crack não vê sexo, classe social, cor, religião. Ele pega todo mundo, inclusive você", diz Cleber, um representante comercial carioca de 32 anos que gastava toda sua renda mensal de R$ 150 mil com o crack até ser internado involuntariamente (a pedido da família) na clínica Viva, em Piedade, no interior de São Paulo.

Cleber, que já havia sido internado outras duas vezes, chamou os pais de "traidores" quando foi forçado a se tratar. Quatro meses depois, vai voltar para o trabalho com vontade de retomar a vida. A família pagou cerca de R$ 20 mil por cinco meses de internação particular.

Há preconceito até mesmo entre os usuários. Um olha para outro e diz: ‘vem chegando um cracudo brabo aí’"
Paulo Roberto Telles, psiquiatra da UERJ

Já na rede pública, a situação é diferente: o Instituto Bairral, localizado em Itapira (SP), possui 40 leitos destinados pelo SUS para dependentes de crack e recebe do governo federal R$ 900 por mês por paciente, segundo o diretor, o psiquiatra Ivan Ramos de Oliveira. Uma parceria com o governo estadual permite maior aporte de recursos.
"O crack pegou o governo com as calças nas mãos e o país demorou a reagir. É ainda um desafio para todos, uma doença que não deve ser tratada de forma ideológica", diz Oliveira.

Enquanto isso, no ambulatório da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ), o psiquiatra Paulo Roberto Telles já percebe uma queda na procura dos dependentes por ajuda de forma voluntária.

"Houve um período de grande crescimento da demanda de atendimento aqui entre 2006 e 2010, quando mais de 50% dos nossos pacientes eram dependentes do crack. Não tem como saber o motivo, mas a procura por ajuda na enfermaria (para cuidados pontuais) apresenta um declínio, apesar de fraco", pondera. "Há preconceito até mesmo entre os usuários. Um olha para outro e diz: ‘vem chegando um cracudo brabo aí’".

‘Enxugar gelo’
O crack avançou rápido pelo país devido ao preço baixo, se comparado com outras drogas: uma pedra varia entre R$ 1 e R$ 10.

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Francisco Inácio Bastos, coordenador do estudo que pretende apresentar ao governo federal um perfil dos usuários de crack no país, acredita só será possível conter a droga se a polícia parar de "fazer apreensões a granel, de poucas pedras" e tentar "atacar a interface entre o grande atacadista da cocaína e o varejista da pasta base".

"O distribuidor, na boca, não é profissional, não tem arma, trabalha para comer e para usar o crack, fabrica a droga em casa, de forma caseira. Apreender pedrinhas é enxugar gelo e inútil", opina.

Problema de saúde pública
Regina Miki, secretária Nacional de Segurança Pública, admite que o governo errou em tratar o crack como um problema de segurança e não como de saúde pública. As ações policiais, segundo ela, devem ser feitas com a comunidade, após o tratamento dos dependentes.

"Não adianta encher as cadeias de usuários. Hoje vemos que o papel da segurança pública é mais na inteligência, na investigação, na asfixia financeira das organizações criminosas", afirma.

"É totalmente errado usar a polícia para retirar o dependente de crack do local. Quem tem que imobilizá-lo são os profissionais da área da saúde", defende Regina, ao lembrar das operações policiais, como a realizada pela PM na Cracolândia, que em janeiro tentou "limpar" a região da Luz, no centro da capital paulista.

Segundo Regina, "na verdade existia uma concepção mundial de enfrentamento as drogas colocando o usuário como criminoso. Essa cultura sofreu mudanças e evoluções ao longo dos anos e o Brasil também segue essa tendência. O usuário passou a ser tratado não como criminoso e sim como um doente. A ordem é que foi modificada. Antes era primeiro a segurança e depois a saúde, agora é primeiro a saúde e depois a segurança."
Pacientes compulsórios são ‘esquecidos’

No Instituto Bairral, que possui 820 leitos para dependência química em Itapira, no interior de São Paulo, há cerca de 40 vagas para dependentes de crack pelo SUS. A taxa de reinternação, pela rede pública, fica em torno de 8%. Já outras unidades recebem pacientes por convênios e particulares e a demanda retraída é imensa. "Sempre há mais de 50 pessoas na fila de espera", segundo o diretor, o psiquiatra Ivan Ramos de Oliveira.

Os casos de internação compulsória são determinados por um juiz, seja referente a presos condenados por crimes ou a pedido da família.

"Quando o juiz determina, o tempo de internação fica muito a critério dele, e isso atrapalha o desenvolvimento do paciente, pois nem sempre corresponde à realidade do tratamento necessário", diz o psiquiatra Marcelo Ortiz de Souza, que administra a unidade de atendimento pelo SUS.

Quando você tá na fissura, usa uma pedra atrás da outra. A sensação boa, a loucura, é instantânea e dura segundos, minutos. Cheguei a usar 50 pedras em um só dia e estourei meu nariz, chegou a sair sangue"

Dependente em crack
Um dos exemplos é o caso de J., de 36 anos, condenado por roubo e suspeita de ligação ao tráfico que, após 1 ano e 6 meses em uma penitenciária, foi transferido, por determinação judicial, para o Bairral, onde está internado há 2 anos e 10 meses. O médico diz que ele já podia ter alta do tratamento há mais de um ano e meio.

"Comecei a usar maconha e cocaína há mais de 20 anos, depois passei para a caspa, era a capa da cocaína, em 1995, semelhante ao crack, que chegou em 2000. Eu conhecia todos os traficantes, era famoso na área, todo mundo me conhecia. Os ‘playboys’ chegavam com R$ 500, R$ 600 para eu ir com eles na outra favela comprar crack. Com dinheiro grande, eu não comprava em pedra individual, mas em quilo. E eu sempre recebia por isso também em droga. Não gostava de fumar no cachimbo, era na lata mesmo. E ia tudo, até acabar", lembra J., que pediu para não ser identificado.

A Justiça deve rever em breve o caso dele após avaliação médica mostrar que ele já está pronto para retornar ao convívio da sociedade.

"Quando você tá na fissura, usa uma pedra atrás da outra. A sensação boa, a loucura, é instantânea e dura segundos, minutos. Cheguei a usar 50 pedras em um só dia e estourei meu nariz, chegou a sair sangue. Você fica na doideira, acha que as pessoas querem te pegar, que os policiais estão atrás de você. Eu nunca fui de gritar, ficava na minha. Às vezes até dava porrada nos mauricinhos, que ficavam alucinados pensando que tinha polícia por perto", lembra o paciente.

Legislação
A lei 10.216, de 2001, prevê que a internação de portadora de transtornos mentais possa ser realizada de três formas: 1) voluntária, a pedido do dependente químico e aval médico; 2) involuntária, quando não há o consentimento, mas um médico atesta risco de vida ao paciente e, em alguns casos, ocorre a pedido da família e; 3) compulsória, por determinação judicial, ocorre normalmente para casos de menores de idade em situações de rua e também medidas de segurança, como condenações judiciais.

"A legislação é clara, as internações involuntárias e compulsórias só podem ser realizadas quando as outras alternativas faliram. Os casos precisam ser avaliados de forma individualizada. Fora isso, vira uma barbárie", afirma o promotor Arthur Pinto Silva.

‘Não vou mais usar droga’
"Eu tive contato com o crack com 13 ou 14 anos. Eu não traficava, eu preferi roubar porque era mais fácil. Há pouco mais de um ano, perdi minha tia, meu irmão gêmeo e meu namorado, com quem estava havia dois anos. Todos foram assassinados por causa da droga", diz Ana Caroline Borges, de 19 anos, que recebeu alta médica do hospital Lacan, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em outubro passado. Esta foi a oitava vez que ela passou por internação.

Sem contato com a droga há cerca de três meses, ela fez uma promessa ao sair da clínica. "De pé junto, pelo amor de Deus, não vou mais usar droga. Chega dessa tortura, quero poder cuidar da minha mãe, que está morrendo, entrou em depressão por minha causa. Quero sair daqui, arrumar um serviço e voltar a estudar. Quem sabe eu não seja enfermeira", afirma, fazendo menção ao tratamento recebido pela enfermagem da clínica, que a teria inspirado na busca por uma profissão.

Fábio Nascimento, de 42 anos, também passou por internação no Lacan e disse que tenta deixar o vício, mas tem dificuldade de relacionamento com a filha. "Eu converso com ela, mas é difícil, pois ela não aceita o fato de eu ser um dependente químico. Qualquer pessoa que estiver em uso de crack nunca vai ser um bom pai, um bom filho, um bom marido. Eu fui até o crack. Eu não culpo a sociedade por ser um dependente químico. O crack é um vilão, realmente, entra na vida da gente e a destrói".

Ele diz ter escapado de uma chacina ocorrida em Taboão da Serra (SP), em 1994, quando 12 pessoas foram mortas em uma casa. "Era o local onde eu me reunia com amigos para usar o crack. Por coisa de Deus, fui internado dias antes. Caso contrário eu também estaria morto. Perdi minha namorada e muitos amigos nesta noite", diz Nascimento.

Chamei todo mundo de traidor’
A psicóloga Cláudia de Oliveira Soares, diretora da clínica particular do Grupo Viva, que conta com unidades em 12 estados e no Distrito Federal, disse que só vê aumentar a procura por internações involuntárias, em que a família, com aval médico, procura a unidade para internar um parente viciado em crack.

O tratamento custa, em média, R$ 20 mil para cinco ou seis meses. No local, há enfermaria, piscina, sala de estar e de jogos e consultas para reprogramar a mente. O objetivo é não buscar a droga nunca mais e o tempo mínimo de internação é de 90 dias.

"É rotina aqui alguém tentar fugir, agredir um profissional. Eles chegam perturbados e as crises de abstinência geram agressividade, insônia, depressão, impaciência e surtos psicóticos. Eles são capazes de fazer qualquer coisa para saciar a vontade", aponta.

Na sede em Piedade, no interior de São Paulo, estão internados cerca de 70 dependentes de crack, todos involuntários, procedentes de diversos estados e, inclusive, de países como Paraguai e Japão.

"Quando a ambulância chegou a minha casa para me resgatar, eu estava sentado na sala, vendo TV, com a cabeça deitada no colo da minha mulher. Ela e minha mãe começaram a chorar. Eu fiquei irritado, gritei: ‘Não coloquem a mão em mim’. Chamei todo mundo de traidor. Eu estava revoltado", diz Cleber, um distribuidor de madeira de 32 anos que gastava no Rio de Janeiro quase todo o salário, de R$ 150 mil mensais, com a droga.

"Epidemia existe, porque a droga está presente em todas as classes sociais, em todos os lugares, em todos os estados, em todos os tipos de extratos sociais", diz Cláudia.

Cleber era usuário de cocaína e alcóolatra até conhecer o crack, em 2002, com um irmão mais novo. Deve deixar a clínica na nesta semana, após quatro meses, entusiasmado para retomar o trabalho. "Para conseguir sair do crack tem que acreditar em algo, se conectar em Deus. Depois que você experimenta uma vez, não quer mais nada. O efeito passa em alguns minutos, aquela onda que te leva, e você quer mais. Meus pais e minha mulher vêm me visitar sempre e pretendo nunca mais usar. É o que eu quero", desabafa.

Grávidas dependentes
Em parceria com o Judiciário e o Ministério Público, o Bairral recebe dependentes de crack grávidas, que realizam o tratamento até o término da gestação. Jéssica (nome fictício) foi internada com 17 anos após a mãe procurar o Conselho Tutelar para denunciar que a filha estava se prostituindo para obter dinheiro para a droga.

Grávida de 8 meses de um traficante, Jéssica diz que começou a usar o crack com uma amiga. "Ela me ofereceu e achei instigante. Era curioso, queria saber a sensação, descobrir algo novo, saber o que aquilo tinha de bom. Acabei viciando e queria sempre mais. Contei para meu pai e ele disse que não ia me impedir de usar, porque também usava", conta.

"Larguei a escola e me prostituí para alimentar o vício. Cheguei a fazer programas por R$ 30, R$ 50, gastava tudo na droga depois", lembra.

Jéssica terá alta em breve, após 4 meses internada, e retornará à custódia da mãe, em Jundiaí. "Quero voltar a estudar, trabalhar, cuidar do meu filho e me distanciar dos lugares que me lembram da droga. Vou frequentar os Narcóticos Anônimos e seguir a rotina deles, que aprendi aqui: cada dia depois do outro. Acreditar no lema que, só por hoje, eu não vou usar", acredita ela.

Filho morto motiva campanha 
Após perder um filho para o crack, um pai lançou campanha no Facebook chamada "Acorda, juventude".

"Meu filho tinha 30 anos, uma vida confortável, perdeu tudo, dinheiro, trabalho, família, apartamento e, por fim, a vida. Foi morto porque devia aos traficantes. Os pais têm que ficar atentos, não tem um manual de instrução para saber que o seu garoto está usando crack", diz o advogado Venicio Guimaraes.

"Tudo começou com um inofensivo cigarrinho de maconha, uma besteira, mas acabou no crack. Ele vendeu um carro novo e um dia sumiu, não deu mais notícias. Ficamos sabendo depois que foi morto porque devia. Perdi meu filho para o crack", desabafa Venicio.



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