Entretenimento

Exposição “Breve” revisita infância em pintura e madeira de demolição


13/09/2019



O Artista Visual Thayroni Arruda está com a exposição “Breve” até o dia 05 de outubro na Usina Cultural Energisa, a visitação é de terça a domingo, das 14h às 20h. Na proposta, portas, janelas, sobras de madeira de demolição, colagem e graffiti em pinturas. A ideia é falar da infância, a partir do fantástico, na pintura e no material usado. A abertura da exposição foi na noite desta quinta-feira (12). A entrada é franca.

 

“A proposta é trabalhar o lúdico, o infantil, remeter a minha infância, e dar ênfase ao processo criativo. Fiz toda a instalação partindo desses dois princípios”, conta Arruda, que é natural de Campina Grande, mas está radicado em João Pessoa e trabalha como coordenador de fruição do Centro Estadual de Arte (Cearte).

 

A exposição dispõe cadeiras na parede, balanços, folhas secas no chão, um cavalete de madeira com tintas e ainda portas e janelas penduradas na parede. Tudo forma uma espécie de mosaico, ou quebra-cabeça.

 

Vale ressaltar que o cavalete, com a mesa montada com materiais de trabalho, foi realmente utilizado durante a montagem de toda exposição, tudo dá a impressão que o trabalho não terminou, ainda está em andamento. Na parte onde está o balanço, Thayroni conta que procurou dar ênfase a infância. No espaço ele conta, de forma lúdica, um pouco da sua história e a iniciação nas artes. Lá estão também as folhas secas, delimitando um território onde a brincadeira com carrinho de patinete e balanço de pneu, literalmente, ficam em suspenso. 

Questionado sobre porque utilizar portas e janelas, Thayroni afirma que começou a utilizá-los como suportes quando começou a migrar seu trabalho das ruas para dentro das galerias. Com um trabalho essencialmente urbano, ele queria fazer a mudança sem perder a essência da rua.  “Comecei a fazer pintura em telas de algodão, mas vi que não ficava muito legal, então parti para essas portas. Aí vi que dialogava melhor e dava para permanecer com a essência da rua, do urbano”, frisa. 

 

Thayroni explica também que ao pintar nas ruas, geralmente, buscava portas e janelas para enquadrar seu desenho. “Elas serviam de moldura. Daí eu vi que poderia pintar nesse suporte e levar para dentro da galeria”. Na galeria, as portas e janelas acabam dando um tom para outra realidade e evocam um sentido a mais. A mistura é bela e perturbadora ao mesmo tempo.

 

As pinturas lembram figuradas fantásticas, com animas humanizados e seres melancólicos, algo erotizados. Na entrada da exposição, uma frase do poeta romântico William Wordswort , além de um poema do paraibano Jairo Cezar, os dois fazem um jogo de palavras entre a infância e a fase adulta.

 

Arruda conta que seu processo criativo é ininterrupto, está sempre retornando as peças. O trabalho é feito com tinta acrílica, spray e colagem. “Faço o desenho em papeis e colo nas peças de madeira. Eu só utilizo peças de madeira”. Sobre qual seria sua inspiração, o artista explica: “É um conjunto e um processo ao longo do tempo, mas esse conjunto e processo remete a minha infância. É o resultado de toda uma trajetória”, revela.

 

Sobre o título da exposição: “Breve”, é bem possível que Thayroni dê uma pista da exposição, talvez ele esteja falando mais do que de uma fase da vida. A instalação pede um reflexão detalhada, é daquelas ideias que nos remetem ao universo simbólico. Um universo que nem sempre pode ser traduzido, precisa ser sentido.



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