Esporte

Ex-Flamengo para de jogar aos 28 anos após problema no coração


25/03/2019

Vitor Saba teve que pendurar as chuteiras aos 28 anos após ser diagnosticado com um problema no coração — Foto: Arquivo Pessoal

A aventura de Vítor Saba no futebol começou em 2010 no Flamengo, passou por seis países, mas agora tem um ponto final – e de maneira precoce. Aos 28 anos de idade, o meia anunciou a aposentadoria dos gramados.

O jogador, que havia se recuperado de uma grave lesão, foi diagnosticado recentemente com um problema no coração durante exames no Fortuna Sittard, clube da primeira divisão holandesa onde estava até o mês passado.

– Eu estava voltando a treinar com o grupo da lesão que eu tive. Comecei a sentir sintomas do problema que eu acabei descobrindo, comecei a me sentir mal. Me levaram para fazer exame, descobriram um problema no coração. Eu teria que fazer uma cirurgia, ficar de molho uns seis meses. Mas, como eu tive minha filha agora, eu não queria me arriscar. Meu contrato acabaria em seis meses. Eu preferi não arriscar nada. Escolhi um caminho mais seguro. Foi difícil, pensei por quase um mês, fui a uns cinco hospitais diferentes, falei com um especialista na Itália e acabei decidindo dessa forma – disse o jogador.

Vítor optou por não dar mais detalhes, mas revelou que o problema era antigo e só foi descoberto agora.

– O problema que eu acabei descobrindo é tão grave que eu tenho mais gratidão do que decepção. Eu tive esse problema por toda a minha carreira, mas ninguém descobriu. Ou seja, eu sou grato de nunca ter me sentido mal, nunca ter tido nenhum problema. Ficar decepcionado por não poder voltar a jogar, com certeza. Mas fico feliz de nunca ter acontecido nada letal comigo. Consegui descobrir a tempo e tomei as precauções devidas.

O meia rescindiu o contrato com o Fortuna Sittard e agora vai encarar o outro lado do futebol. O agora ex-jogador foi convidado para trabalhar numa empresa italiana que gerencia a carreira de atletas. O meia, inclusive, mora atualmente na Itália ao lado da família.

– Eu fico muito feliz porque, se eu tivesse parado e passado a ser empresário sozinho, numa situação menor, é difícil, demoraria anos e anos. Eu estou parando de jogar e já estou começando numa Série A, vamos dizer assim. Estou começando com uma grande responsabilidade, numa empresa top três, top quatro aqui na Itália. Fico muito feliz por ter começado no topo – conta.

Vitor Saba conviveu com Ronaldinho Gaúcho no Flamengo durante o início da carreira — Foto: Arquivo Pessoal

Vitor Saba conviveu com Ronaldinho Gaúcho no Flamengo durante o início da carreira — Foto: Arquivo Pessoal

Poliglota, andarilho e estilo “zen”

Depois de passar pela base do Vasco, Vítor Saba se transferiu para o Flamengo e virou profissional em 2010. Chegou a disputar uma partida pelo Brasileirão daquele ano, na derrota por 3 a 1 para o Palmeiras. No entanto, não recebeu mais chances, passou a ser emprestado para Vitória, Macaé-RJ e Boavista-RJ. Deixou o Rubro-Negro em 2012.

Em 2012, Vitor Saba iniciou a sua trajetória no exterior. Desembarcou na Itália para defender o Brescia, onde permaneceu até 2014. Ainda atuou em Austrália, Bahrein, Grécia, Holanda, além de Hong Kong, que pertence à China. Aprendeu três idiomas (espanhol, inglês e italiano) epassou a ser praticante de yoga e meditação.

Vitor Saba foi campeão da Champions da Ásia pelo WS Wanderers — Foto: Arquivo Pessoal

Vitor Saba foi campeão da Champions da Ásia pelo WS Wanderers — Foto: Arquivo Pessoal

– O que eu guardo de melhor foi ter jogado no meu time de coração, o Flamengo, ter feito um jogo pelo Flamengo. A coisa que foi mais marcante. Desde criança, queria jogar pelo Flamengo – garante.

A grande conquista na carreira de Vítor foi em 2014, quando acabou contratado pelo Western Sydney Wanderers, da Austrália. Pelo clube, venceu a Liga dos Campeões da Ásia – feito inédito para o futebol australiano.

Vitor Saba agora vai trabalhar como empresário de jogadores — Foto: Arquivo Pessoal

Vitor Saba agora vai trabalhar como empresário de jogadores — Foto: Arquivo Pessoal

Com o título continental, o WS Wanderers disputou o Mundial de Clubes, e Vitor chegou a marcar um gol na competição – contra o ES Sétif, da Argélia, na disputa pelo quinto lugar.

– Ter sido campeão da Champions da Ásia foi com certeza um momento alto, que guardo muito no meu coração.

Após a experiência na Austrália, Vitor começou a rodar: voltou à Itália, jogou na Grécia (Kalloni), no Bahrein (Al-Muharraq), em Hong Kong (Eastern) e Fortuna Sittard, da Holanda.

Globo Esporte



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