Futebol

‘Embala neném’: sub-20 busca o tetra sul-americano com sangue de 1994

'Embala neném'


10/01/2013



 Na última edição do Sul-Americano Sub-20, em 2011, Neymar era a bola da vez e o grande nome da seleção brasileira na conquista do tricampeonato. Nesta quinta, o Brasil inicia sua caminhada rumo ao tetra, às 20h45m (horário de Brasília), contra o Equador, no Estádio Bicentenário, em San Juan, na Argentina, sem uma grande estrela, mas com jogadores badalados. Entre eles, "os filhos do tetra" mundial de 1994. Os meias Mattheus, do Flamengo, e Rafinha Alcântara, do Barcelona, herdeiros de Bebeto e Mazinho respectivamente, são duas das principais atrações do torneio.

Mattheus e Rafinha ficaram famosos antes mesmo de darem os primeiros passos. Dois dias após o nascimento do primeiro, em 1994, Bebeto marcou um gol nas quartas de final contra a Holanda e comemorou como se embalasse o filho no colo: o "embala neném". A foto, que entrou para a história do futebol mundial, tem ainda Mazinho e Romário ao lado do camisa 7. Na época, Rafinha tinha pouco mais de um ano de idade e também acabou homenageado pelo pai.

– Já perdi as contas de quantas vezes falei sobre essa comemoração. Não me incomoda. Sei que ele fez esse gesto para mim e só tenho que agradecê-lo. Mas quero sair da sombra. Meu pai já fez a história dele, e eu quero fazer a minha. Ainda estou procurando a minha identidade em campo, a minha a carreira ainda tem muita coisa pela frente. Então, procuro sempre separar as coisas – disse a revelação do Flamengo.

Os dois jovens evitam as comparações com os tetracampeões, mas fazem questão de exaltar os pais sempre. Mattheus, por exemplo, usará a mesma camisa 7 com que Bebeto brilhou na Copa de 1994 e tentará repetir o feito do ex-atacante, que conquistou seu primeiro título com a camisa amarelinha defendendo a Seleção Sub-20, no Mundial de 1983. O habilidoso meia-esquerda do Flamengo terá a responsabilidade de municiar os atacantes ao lado de Felipe Anderson, do Santos.

Já Rafinha não começa o torneio como titular. Existe, no entanto, uma grande expectativa em relação ao jogador, que fará no torneio a sua estreia pela Seleção. Tratado como "uma conquista" pela CBF, o meia era nome frenquente na seleção sub-19 da Espanha, mas optou por "realizar um sonho" e defender o Brasil, ao contrário de seu irmão Thiago Alcântra, que também é do Barcelona e joga pela Fúria.

O filho de Mazinho se apresentou à Seleção após o Natal para o período de treinos na Granja Comary e não escondeu a empolgação de seguir os passos do pai. Usuário assíduo de redes sociais, Rafinha publicou duas fotos lembrando momentos em Teresópolis: na primeira, aparece ainda criança ao lado do irmão Thiago e de um amigo, em 2004; na segunda, acom o campo de treinos ao fundo e já com uniforme da CBF, o meia deixou claro sua emoção ao ficar concentrado no local e escreveu "Sonho realizado" na legenda.

Treinador espera estreia difícil contra o Equador
Maior vencedor da história do Sul-Americano Sub-20, com 11 títulos, o Brasil terá uma estreia difícil. Émerson Ávila conhece bem a seleção equatoriana, já que enfrentou a base desse time em duas oportunidades, quando comandava o time sub-17. Em ambas, o Brasil ganhou apertado.

– Sabemos da dificuldade que é o Sul-Americano. Esperamos jogar bem, mostrar ao povo argentino o futebol brasileiro e conquistar os pontos necessários para avançar. Contra o Equador será um jogo difícil. Eles cresceram muito no futebol sul-americano. A estreia sempre deixa os garotos apreensivos. Esperamos entrar em campo tranquilos para conseguir um bom resultado – disse o treinador.

Além dos filhos de Mazinho e Bebeto, o treinador conta com outras jovens estrelas para tentar o quarto título seguido. Nomes famosos como Adryan (Flamengo), Felipe Anderson (Santos), Marcos Júnior (Fluminense) e Bruno Mendes (Botafogo) estão na lista de inscritos.

Na véspera da estreia, Ávila teve uma baixa na equipe. O zagueiro Antônio Carlos, do Corinthians, foi cortado e deu lugar ao goleiro Jordi, do Vasco, mesmo sem nenhum problema médico. De acordo com a CBF, a troca foi uma opção da comissão técnica, que optou por ter três goleiros na competição. Sem o corintiano, a Seleção ficará com apenas três zagueiros na Argentina: Samir, do Flamengo, será a única opção aos titulares Luan e Dória.

O Equador irá fechado para o jogo de estreia. O técnico Julio César Rosero montou um esquema defensivo, com quatro volantes no meio-campo, um meia-atacante e um centroavante. O destaque é o camisa 8, José Cevallos, de apenas 17 anos. Filho do goleiro José Francisco Ceballos, que fez história no Equador e foi carrasco do Fluminense na decisão da Libertadores de 2008, defendendo três pênaltis no Maracanã.

O retrospecto em Sul-Americanos Sub-20 é extremamente favorável ao Brasil. Em 14 jogos, a Seleção venceu 13 e perdeu apenas uma vez, no primeiro confronto entre os dois países no torneio, em 1967.



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