Política

Dilma Rousseff discorda de Emmanuel Macron sobre “estatuto internacional” da Amazônia

Dilma Rousseff palestrou na prestigiada Universidade parisiense 'Sciences Po'.


17/09/2019

Na imagem, a ex-presidente Dilma Rousseff

A ex-Presidente Dilma Rousseff discordou, nesta segunda-feira (16), sobre a possibilidade levantada pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, de conceder estatuto internacional à Amazônia. As declarações foram feitas durante palestra na prestigiada Universidade parisiense ‘Sciences Po’, onde discursou sobre a “crise democrática na América Latina e no mundo”.

“Não concordo com a proposta do Presidente Macron sobre a conservação da Amazônia. Não acho que ele esteja a agir bem na Guiana Francesa”, disse a antiga mandatária, referindo-se aquela região ultramarina da França, na costa nordeste da América do Sul, e que integra a região amazônica.

 

A retórica adotada pela ex-mandatária, destituída em 2016 por irregularidades fiscais, coincidiu com a posição expressada pelo também ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e com a do atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro, contra uma hipotética soberania compartilhada na região.

 

Depois de anunciar em agosto que o G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo) havia concordado em mobilizar 20 milhões de dólares (cerca de 17,95 milhões de euros ) para combater os incêndios na Amazônia, Macron frisou a que a possibilidade de definir um “estatuto internacional” para a Amazônia poderia surgir se um “Estado soberano” adotasse medidas concretas que fossem “contra os interesses do planeta”.

 

No entanto, Dilma mostrou-se muito crítica em relação à política de Bolsonaro na Amazônia e à sua “desregulamentação” da proteção ambiental, bem como em relação aos comentários tecidos pelo chefe de Estado brasileiro sobre o aspecto físico da primeira-dama francesa, Brigitte Macron.

 

“As mulheres na América Latina enfrentam a mesma situação que no resto do mundo: somos consideradas objetos”, disse a ex-Presidente, acrescentando que no seu próprio processo de destituição “houve um componente misôgino”.

 

“Se tivesse sido contra um homem, não teria sido tão desrespeitoso. Creio que esse elemento foi importante”, disse Dilma Rousseff, a primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil (2011-2016).

 

Num discurso repleto de críticas ao atual Presidente brasileiro, Rousseff classificou o presente Governo de “extrema direita” e “neofascista”, e fez um apelo por políticas sociais que coloquem a Educação no centro das prioridades. As informações são do Estadão.

 

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Portal WSCOM



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