Brasil

Dependência em calmantes supera a de cocaína no país, diz Fundação Oswaldo Cruz

O 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, feito pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), revela ainda que 13 em cada 100 usuários de drogas possuem dependência.


10/08/2019

Imagem ilustrativa/Foto: pixibay

O Brasil tinha em 2015 cerca de 1,2 milhão de indivíduos entre 12 e 65 anos dependente de alguma substância (lícita ou ilícita) que não era álcool ou tabaco. O 3º Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira, feito pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), revela ainda que 13 em cada 100 usuários de drogas possuem dependência.

 

Ao todo, cerca de 8,9 milhões de brasileiros são dependentes de álcool, cigarro ou alguma outra droga. 

 

Quando se fala do uso de medicamentos sem prescrição médica nos 30 dias anteriores à pesquisa, o percentual de brasileiros que consome esse tipo de substância supera o de usuários de cocaína, assim como a dependência.

 

A maconha é a droga ilícita mais consumida no Brasil, por mais de 11,7 milhões de pessoas ao longo da vida (7,7% da população). Apenas nos 12 meses anteriores à pesquisa, 3,8 milhões (2,5%) haviam feito uso. Aproximadamente 450 mil são dependentes da substância.

 

O álcool é a principal droga lícita usada — 46 milhões relatam ter feito consumo nos 12 meses anteriores à pesquisa, realizada em 2015. Dessas, 25,3 milhões reportaram o consumo em binge (cinco ou mais doses para homens e quatro ou mais para mulheres em uma única ocasião nos 30 dias anteriores).

 

A Fiocruz calcula que 2,3 milhões de consumidores de álcool sejam dependentes da substância.

 

O tabaco aparece em seguida, consumido por 26,4 milhões de brasileiros entre 12 e 65 anos. Desse total, cerca de 23,5 milhões relatam uso de cigarro industrializado. “Estimou-se que cerca de 51 milhões de pessoas de 12 a 65 anos tenham consumido cigarros industrializados na vida (33,5%) e aproximadamente 20,8 milhões tenham consumido nos 30 dias anteriores à pesquisa”, destacam os pesquisadores.

 

No grupo que relatou ter consumido cigarro industrializado, 23,5% (4,9 milhões de pessoas) apresentavam dependência em grau elevado ou muito elevado.

 

Mais de 2 milhões consumiram benzodiazepínicos

 

O uso de medicamentos benzodiazepínicos, popularmente conhecidos como calmantes, sem prescrição médica ou utilizados de forma diferente da indicada supera o uso de cocaína.

 

A pesquisa identificou no ano de 2015, que 2,1 milhões de brasileiros entre 12 e 65 anos haviam consumido algum benzodiazepínico (medicamentos de tarja preta) sem receita médica ou de maneira diferente da prescrita nos 12 meses anteriores.

 

Isso representava 1,4% da população. Se considerado o uso ao menos uma vez ao longo da vida, esse percentual sobe para 3,9%, ou quase 6 milhões de pessoas. Entre os que relataram ter feito uso de cocaína nos 12 meses anteriores somavam 1,3 milhão de pessoas (0,9% da população entre 12 e 65 anos), de acordo com a Fiocruz.

 

Dos medicamentos não prescritos, os benzodiazepínicos lideram, seguidos de opiáceos (2,9% ao longo da vida) e anfetamínicos (1,4%).

 

Os pesquisadores também identificaram que aproximadamente 306 mil brasileiros eram dependentes de benzodiazepínicos, enquanto os viciados em cocaína somavam 275 mil.

 

“Entre os aproximadamente 13 milhões de indivíduos que reportaram ter utilizado medicamentos não prescritos ao menos uma vez na vida, a idade mediana do primeiro consumo foi menor entre os homens do que entre as mulheres (19, 8 anos e 24,2 anos respectivamente), sendo esta diferença estatisticamente significativa”, ressalta a Fiocruz. Com informações R7.

 

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Portal WSCOM



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