Futebol

Com dinheiro a receber, Assunção chora: ‘O Palmeiras não me quis’

"não me quis'


07/01/2013

Um baque que vai demorar a passar. É dessa maneira que o volante Marcos Assunção classifica sua saída do Palmeiras. Durante quase uma hora de entrevista coletiva, nesta segunda-feira pela manhã, em São Paulo, o jogador, de 36 anos, chegou a chorar em alguns momentos e desabafou.

– A grande verdade é que o Palmeiras não me quis. Fiz tudo que fiz, me apresentei sem ter contrato para iniciar os trabalhos porque acreditava que ficaria. É triste, é difícil, mas são coisas da vida. Estou indo embora sem querer e faço questão de agradecer o carinho que recebi do torcedor. Preciso pedir desculpas pelo rebaixamento – afirmou.
Assunção rebateu quem o chamou de mercenário e revelou ainda que o Palmeiras lhe deve valores que se acumularam desde junho.

Confira abaixo os melhores momentos da entrevista:

SENSAÇÃO NA SAÍDA

– Nunca escondi de ninguém que gostaria de ficar. O Palmeiras é um clube que aprendi a amar, tenho um carinho por todos os funcionários que lá trabalham. Os jogadores são como meus irmãos. São quase três anos de convivência diária. Vivi com eles mais do que com membros da minha família. Mas são coisas que acontecem. Sinceramente, quando me apresentei sem ter contrato, achava que continuaria.

"MERCENÁRIO"

– Fiquei até às cinco da manhã olhando todos os portais da internet para acompanhar a reação dos torcedores. Alguns me chamam de mercenário, dizendo que eu queria ganhar muito. Jamais pedi os valores que estão sendo falados. O Palmeiras tem uma dívida comigo desde junho e nunca falei isso, estou revelando esse problema pela primeira vez. Respeito todas as opiniões, mas não concordo em ser chamado de mercenário. Se fosse mercenário, tinha renovado em agosto, logo após a Copa do Brasil, com um problema no joelho. Estaria tranquilo até dezembro.

VALDIVIA

– Realmente tivemos um desentendimento no ano passado, mas não queria aqui falar. Seria fácil da minha parte expor tudo agora. Mas o que acontece lá dentro, deveria ficar lá dentro. Quem estava presente e viu o acontecido, tirou sua análise e pronto. Acredito que isso não tenha influenciado (em sua saída). Afinal, no dia seguinte o Sampaio nos colocou em uma sala e tivemos de fazer as pazes.

NEGOCIAÇÕES

– Infelizmente, algumas coisas que vinham sendo faladas pelo Palmeiras são um pouco diferentes. Faltou clareza. Só no mês de dezembro, tive cinco reuniões com a diretoria e, somente na última, no sábado, é que me apresentaram uma proposta, e para ganhar menos do que tinham me oferecido em agosto, quando eu pedi para suspenderem as negociações. Pedi porque o time vivia situação difícil no Campeonato Brasileiro e porque tinha um problema no joelho. Queria operar e ter a certeza de que voltaria bem. Infelizmente, não tive tempo para me recuperar. Joguei sem condições e meu rendimento caiu.

ARREPENDIMENTO

– Não me arrependo de nada. Se tivesse de fazer tudo que fiz, faria. Precisava ajudar de alguma maneira o Palmeiras. Não poderia ficar no departamento médico esperando o tempo passar.

RECADO AO TORCEDOR

– Quero agradecer. Foi tudo muito gratificante e vou sentir falta. Aprendi a amar o Palmeiras. Eu e meu moleque que está lá em casa estaremos na torcida pela recuperação da equipe. O Palmeiras precisa terminar o ano na primeira divisão novamente.

FUTURO

– Não sei ainda onde vou jogar. Sinceramente, não esperava que viesse aqui falar sobre a minha saída do Palmeiras. Vamos aguardar os próximos dias. Meu empresário não tinha autorização para falar com nenhuma equipe antes que a minha situação estivesse definida. Agora estou no mercado.



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