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Carlos Reis Agni lança Diário do Conflito, romance místico sobre superação


16/09/2019

Uma noite para celebrar a superação. O lançamento do livro Diário do Conflito, realizado no último dia 14 de setembro, às 19 horas, na Livraria Leitura, no Shopping Bela Vista, reuniu amigos e admiradores do escritor baiano Carlos Reis Agni. Abandonado pelo pai quando criança, Carlos sofreu um acidente aos 9 anos de idade e, desde então, passou a conviver com uma doença degenerativa que, pouco a pouco, lhe roubava os movimento. Mas não a vontade de viver. “Fui desenganado aos 13 anos. Eu já estava sentenciado a não passar dos 16 anos”, relembra. 

O menino Carlinhos sobreviveu graças à dedicação da enfermeira Nancy Santiago, que fez questão de prestigiar o lançamento do quinto livro do ex-paciente. Preso à uma cadeira de rodas, ele não permitiu que a atrofia o limitasse. A arte foi sempre seu maior instrumento de superação. Através da literatura, percorreu caminhos que muitos diriam impossíveis. “A medicina desenganou mas o amor o salvou. Fico muito fez de acompanhar sua caminhada. Ele chegou muito mais longe do que eu imaginava”, fala emocionada Santiago. 

Músicos da Associação Filarmônica Carlos Gomes, ONG que preside em Santo Antônio de Jesus, abrilhantaram a noite. O próximo passo do escritor é dedicar-se à palestras que possam inspiram outras pessoas a sair da inércia e se libertar das aflições cotidianas que são capazes de nos paralisar. “Somos sobreviventes de uma sociedade hostil e predatória. Precisamos voltar para nosso centro para ter consciência de que tudo está em uma grande ordem. Nós é que estamos em desordem”, declara com sabedoria.  

Diário do Conflito

 

Duas mulheres, muitos conflitos e um diário. Maria Caballeros é uma ex-guerrilheira chilena que mora nas ruas de São Paulo. Clara, uma jovem envolvida em crises existenciais. A vida das duas se une nas páginas de um antigo diário, que Maria Caballeros trazia consigo e narra histórias das lutas armadas para manter viva a resistência contra a ditadura militar no Chile. Dos escritos para o encontro real das duas personagens, o leitor mergulha em uma história que mescla realismo e ficção e torna a leitura instigante. 

Diário do Conflito é o quinto romance do baiano Carlos Reis Agni. Natural de Santo Antônio de Jesus, ele encontrou na arte um caminho para a superação pessoal. Contrariando as previsões médicas, o menino cresceu mas com movimentos cada vez mais limitados. Sessões de fisioterapia não amenizam a atrofia. “A arte foi meu refúgio. Primeiro, me dediquei às artes plásticas. Morava no meu ateliê, vivia dentro das tintas para amenizar o vazio imenso que sentia”, relembra o autor, hoje aos 52 anos.

Carlos resistiu até que a paralisia das mãos impediu a expressão artística nas telas. “Tive uma depressão não diagnosticada. Estava vivendo um abismo. A vida tinha perdido o sentido”, conta. No auge do desespero, transes e comunicações com seres de outras dimensões o trouxeram de volta à não só à vida, mas também à vida literária. Desses insights nasceu seu primeiro livro, Lágrimas de um Espermatozoide

As limitações físicas não o impedem de trilhar com liberdade o universo das letras. O Prelúdio do Desejo, Fronteira do Emocional foram algumas outras obras que brotaram da mente inquieta que aprendeu a olhar o sofrimento com outros olhos. “Me perdi fisicamente. Tive que rasgar o conto de fadas e me reconstruir para ajudar quem se perdeu nessa vida a encontrar o caminho”. 

O universo enigmático e místico é uma marca do autor cuja tônica da obra está associada ao despertar da consciência. Em todos os seus romances, a mensagem de superação se faz presente. “As pessoas vivem querendo fugir do sofrimento, mas ele é inevitável. A felicidade está em transcender. Buscar incansavelmente a verdade dentro de você, sem ilusão”. 

Sobre o autor:

Vítima de uma doença degenerativa desde a infância, Carlos Reis Agni foi desenganado na adolescência. Sobreviveu ao diagnóstico mas teve que aprender a superar a dor e as limitações físicas para seguir o curso da vida. A arte foi seu refúgio para o abismo existencial. Primeiro, as artes plásticas. Depois, ao perder o movimento das mãos, descobriu que poderia passear pela arte literária. Carlos Reis Agni assina cinco romances, dentre eles: Lágrimas de um Espermatozóide, O Prelúdio do Desejo, Fronteira do Emocional, O Oitavo Dia – Um atalho no Tempo. Diário do Conflito é sua mais recente obra, lançada em parceria com a Cazulo Editora.  



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