A lei 13.265/2016, que declara patrimônio cultural os campos de futebol no âmbito do município de João Pessoa, foi sancionada pelo Executivo Municipal. O objetivo da norma é a preservação da cultura e dos espaços de socialização que ainda restam na Capital.

“É fato que esses campos são locais de convivência sadia, e que muitos jovens, sobretudo os mais carentes, encontram nesses equipamentos esportivos a alegria que, às vezes, a vida lhes cobra. Quem pratica esportes comumente deixa de lado drogas e tantos outros mecanismos prejudiciais à saúde na sociedade”, enfatizou o vereador Zezinho Botafogo do PSB.

Conforme explicações do parlamentar, quanto mais oportunidades forem oferecidas aos jovens, maiores as chances de se tornarem adultos comprometidos com a sociedade. Daí o interesse na manutenção dos campos de futebol, para que, cada vez mais, de uma forma ou de outra, ajudem esses jovens a crescerem como cidadãos.

A iniciativa do socialista ganha respaldo jurídico na Constituição Federal, em seu artigo 216, em que se encontra o conceito do patrimônio cultural brasileiro. “Entende-se por Patrimônio Cultural os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: formas de expressão; os modos de criar, fazer e viver; as criações científicas, artísticas e tecnológicas; as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico”, citou o parlamentar.

Zezinho Botafogo ainda acrescentou que os campos de futebol foram a origem de diversos craques. Portanto, sua manutenção deve continuar servindo de incentivo e exemplo a outras centenas de jovens.

“No mesmo contexto, campos de pelada fazem parte da cultura de nossa cidade. Por conta da especulação imobiliária, é cada vez mais difícil encontrarmos áreas livres dentro do Município para a implantação de campos de futebol, o que faz com que valorizemos ainda mais esses espaços”, salientou o vereador.

De acordo com o parlamentar, é cada vez mais forte o entendimento do esporte – e do futebol – como um bem cultural e os equipamentos como lugares de memória coletiva, ganhando espaços de relevância na sociedade, visualizando o esporte como um dos meios pelos quais as identidades culturais são construídas.
Segundo ele, não são raros os casos de pedidos de tombamento já registrados no Brasil, a exemplo dos estádios Maracanã (RJ), Mineirão (MG), e dos paulistas Pacaembu, Moisés Lucarelli e Brinco de Ouro (SP), entre outros.

“A preservação do futebol como patrimônio de nossa cultura, sobretudo para as classes menos favorecidas, continuará sendo sinônimo de transformação social e melhor qualidade de vida”, destacou Zezinho Botafogo.