Economia & Negócios

Bolsonaro fala em liberar FGTS, mas admite que “faltam ajustes”


18/07/2019

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil



BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro disse que o anúncio de uma nova liberação de saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) deve ser feito nesta quinta-feira, mas não quis adiantar o modelo que será usado porque “faltam alguns ajustes”.

“Deve ser anunciado hoje”, disse o presidente ao sair do Palácio da Alvorada e parar para conversar com alguns apoiadores. Perguntado sobre os detalhes, Bolsonaro disse que ainda não foi “batido o martelo”.

O Palácio do Planalto preparou para a tarde desta quinta um evento em alusão aos 200 dias de governo e a intenção é anunciar, juntamente com outras medidas, a liberação do FGTS.

A autorização para novos saques está sendo tratada pela equipe econômica como a melhor possibilidade de o governo conseguir recuperar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019. Desde o início do ano, a previsão oficial de crescimento do governo já foi reduzida dos 1,6% originais para 0,81%.

De acordo com informações obtidas pela Reuters, o Ministério da Economia trabalha com dois modelos para a liberação do FGTS.

Um deles contempla a liberação de contas ativas e inativas, com saques escalonados na data de aniversário dos trabalhadores. O outro projeto envolve apenas as contas inativas, ligadas a vínculos empregatícios já encerrados.

No primeiro caso, as estimativas da equipe econômica apontavam uma liberação mais próxima de 30 bilhões de reais com os saques, em contraposição ao patamar de 42 bilhões de reais apontado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao jornal Valor Econômico na quarta-feira.

A cifra mais modesta deve-se, de acordo com a fonte, a cálculos que foram atualizados para não colocar em risco o funding da habitação. O FGTS responde por quase metade dos recursos direcionados para a compra de moradia via crédito imobiliário.

Os dois modelos foram apresentados ao presidente na noite de quarta-feira assim que chegou da Argentina, onde participou de reunião de cúpula do Mercosul. A expectativa é que Bolsonaro tome uma decisão nesta quinta para que o anúncio seja feito durante a comemoração dos 200 dias.

A medida repete o que foi feito pelo governo do ex-presidente Michel Temer em 2017. À época, a liberação das contas inativas do FGTS colocou 44 bilhões de reais na economia. O então Ministério do Planejamento disse que a injeção de recursos elevou o PIB do ano em 0,61 ponto percentual. O crescimento do PIB de 2017 foi de 1%.



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